AI e Bitcoin: a fusão entre mineração e inteligência que está redesenhando o mapa do poder computacional

Enquanto a guerra pelos chips define o ritmo da inteligência artificial global, um novo tipo de corrida se forma nas sombras: a disputa por energia, mineração e poder computacional. A aliança entre OpenAI e AMD é mais do que um contrato bilionário...

A nova corrida por chips

A corrida por chips está se tornando o novo ouro da era digital. Quando a OpenAI anunciou um acordo para comprar dezenas de bilhões de dólares em processadores da AMD, o mercado entendeu o recado: não é apenas sobre treinar modelos de inteligência artificial, é sobre construir a infraestrutura que sustentará o cérebro do mundo digital. O acordo, que pode conceder à OpenAI até 10% de participação na AMD, fez as ações da fabricante dispararem 30% em um único dia, ecoando por todo o ecossistema de tecnologia, mineração e alta performance.

Por trás dos números, há um movimento geopolítico silencioso. As empresas que controlam a capacidade de processamento estão se tornando os novos impérios da era da informação. A OpenAI, que já dependia fortemente das GPUs da Nvidia, agora abre uma frente paralela, diversificando seu suprimento e evitando o monopólio de um único fornecedor. O acordo com a AMD, avaliado em uma capacidade estimada de 6 gigawatts, representa um salto colossal em infraestrutura, já que cada gigawatt custa aproximadamente 50 bilhões de dólares entre chips e suporte físico.

O impacto nas mineradoras

O impacto foi imediato. As ações das mineradoras de Bitcoin e de empresas ligadas à computação de alta performance (HPC) reagiram em cadeia. Bitfarms, Hive Digital, Cipher Mining, CleanSpark e TerraWulf subiram entre 5% e 12%, impulsionadas pela expectativa de que parte dessa nova demanda por poder computacional e eficiência energética acabe beneficiando também o setor de mineração. Isso porque, embora pareçam indústrias distintas, a mineração de criptomoedas e a inteligência artificial compartilham o mesmo combustível: energia e chips.

Veja bem, o que está acontecendo é mais profundo do que um simples rali especulativo. O mercado começa a reconhecer que a fronteira entre mineração de Bitcoin e processamento de IA está se dissolvendo. O mesmo data center que hoje valida blocos na blockchain pode, com as devidas adaptações, treinar modelos de linguagem ou executar cálculos científicos. É a convergência entre duas indústrias que antes competiam por energia e que agora aprendem a coexistir em uma simbiose tecnológica.

O caso Galaxy Digital

Um exemplo emblemático dessa virada é a Galaxy Digital, empresa liderada por Mike Novogratz, que vem reposicionando seus ativos de mineração para o setor de inteligência artificial. Em agosto, a companhia converteu seu campus Helios, originalmente dedicado à mineração de Bitcoin, em um megacentro de dados para IA e HPC. A operação recebeu 1,4 bilhão de dólares em financiamento e firmou um contrato de longo prazo com a CoreWeave, uma das maiores fornecedoras de infraestrutura de IA do mundo, cobrindo até 800 megawatts de capacidade computacional.

Não é coincidência que as ações da Galaxy também tenham subido após o anúncio da OpenAI. O mercado percebeu que a empresa está no cruzamento das duas maiores revoluções tecnológicas da década: o dinheiro descentralizado e a inteligência descentralizada. E, para completar o movimento, a Galaxy lançou o GalaxyOne, uma plataforma de gestão de patrimônio que combina rendimento de 4% sobre dólares segurados com acesso automatizado a investimentos em cripto e ações americanas. Um símbolo claro de como a fronteira entre o tradicional e o digital está sendo reescrita em tempo real.

O poder computacional como novo petróleo

Dessa forma, o acordo entre AMD e OpenAI tem efeitos que vão muito além da manufatura de chips. Ele redefine a noção de poder computacional como ativo estratégico. No passado, o petróleo determinava quem controlava o mundo industrial. Hoje, esse papel pertence ao silício e à energia elétrica. Cada gigawatt representa um campo de batalha econômico. Cada chip, um voto de poder na política digital global.

E o Bitcoin, curiosamente, volta a esse tabuleiro como parte da equação. Isso porque a mineração sempre foi uma das maiores consumidoras de energia e uma das mais agressivas na busca por eficiência. O que antes era visto como desperdício, agora é modelo. Mineradoras como CleanSpark e Bitfarms já operam com energia solar e hidrelétrica, e começam a oferecer capacidade ociosa para processamento de IA. A tese é simples: se você já tem energia, espaço e resfriamento, basta ajustar o software para transformar um minerador em um servidor de alta performance.

O surgimento dos “AI miners”

Por consequência, o que o mercado está testemunhando é o nascimento de uma nova categoria, os “AI miners”. Empresas híbridas, capazes de alternar entre validar blocos e treinar redes neurais. Esse modelo promete não apenas diversificar receitas, mas também estabilizar margens, já que a mineração pura tende a ser cíclica, enquanto a demanda por IA cresce de forma exponencial.

No entanto, essa fusão também traz novos desafios. A infraestrutura de IA exige chips mais sofisticados e resfriamento extremo. Os custos de operação são altos e o acesso a semicondutores de ponta continua restrito. Além disso, há o dilema energético. Com a escalada de consumo da IA e a reindustrialização digital, governos começam a questionar a sustentabilidade desse novo boom computacional. Estados como Nova York já discutem impostos específicos sobre mineração e uso intensivo de energia, enquanto países como o Brasil fazem o oposto, abrindo as portas para atrair mineradores e aproveitar o excedente energético de hidrelétricas.

A geopolítica da computação

Esse contraste global revela algo importante: a disputa por quem vai hospedar a nova infraestrutura digital do mundo. Nos Estados Unidos, o debate gira em torno da regulação. Na Ásia, a questão é o domínio tecnológico. E na América Latina, a vantagem é geográfica e energética. Brasil e Paraguai estão se posicionando como os novos paraísos do processamento de dados, oferecendo eletricidade limpa, barata e abundante, além de clima político estável e incentivos fiscais.

A ascensão da AMD e o novo modelo de integração

Enquanto isso, no coração do mercado, a AMD sai da sombra da Nvidia e conquista protagonismo. O acordo com a OpenAI não é apenas uma venda de chips, mas um reposicionamento estratégico. Ele mostra que há espaço para competição no ecossistema de inteligência artificial e que a dependência da Nvidia, embora ainda dominante, começa a ser desafiada por novos arranjos corporativos.

O detalhe mais interessante é o alinhamento entre capital e tecnologia. A OpenAI, agora financiada por gigantes como Microsoft e controladora de parte da demanda global por GPUs, se torna também uma investidora em infraestrutura. E ao adquirir participação na AMD, passa a integrar verticalmente a cadeia da própria IA. É como se uma montadora de carros comprasse a fábrica de combustível que abastece seus veículos. O objetivo é claro: garantir que a escassez de chips nunca mais seja um gargalo para a inovação.

A descentralização que se integra

O mesmo raciocínio se aplica à mineração. À medida que mineradores expandem para IA e HPC, começam a internalizar suas cadeias de suprimento, buscando acesso direto a fabricantes e desenvolvedores de chips personalizados. A descentralização, paradoxalmente, está se transformando em integração vertical. Cada empresa quer controlar mais etapas do processo, porque o tempo de processamento virou sinônimo de lucro e influência.

O chip como símbolo civilizacional

Por baixo disso tudo, há um componente simbólico. O chip se tornou o átomo do século XXI. Ele não apenas calcula, ele decide. A capacidade de computar é o novo poder de definir o mundo. E nesse contexto, tanto o Bitcoin quanto a IA são expressões da mesma força: a busca por sistemas autônomos capazes de operar sem confiança centralizada. A diferença é que um descentraliza o dinheiro e o outro descentraliza a mente.

O dado, o chip e o destino

O que vem a seguir é uma reorganização completa da economia digital. O dado é o novo petróleo, mas o chip é a nova refinaria. E, assim como o século passado foi dominado por quem controlava as rotas marítimas do comércio, o próximo será definido por quem controla as rotas elétricas da informação.

Cathie Wood já aposta na tokenização. Larry Fink fala em democratizar o acesso aos ativos digitais. E agora, a OpenAI e a AMD anunciam uma fusão de interesses que une hardware, inteligência e capital. Tudo isso aponta para o mesmo destino: um mundo em que o poder computacional se torna a nova moeda.

O futuro que já começou

O que começou como uma simples notícia sobre chips e mineradoras é, na verdade, o prólogo de um novo ciclo de civilização digital. Um em que o dinheiro, a energia e o pensamento passam a circular pelo mesmo fio elétrico, dissolvendo as fronteiras entre o que é financeiro, físico e cognitivo.

No fim das contas, quando a OpenAI compra bilhões em chips da AMD, ela não está apenas alimentando máquinas, mas o próprio futuro, um futuro em que a mineração não será apenas de blocos, mas de ideias.

Este artigo é apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento financeiro. Investir em dólares ou produtos relacionados envolve riscos.

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