O continente que transformou blockchain em infraestrutura
Se há um continente que transformou blockchain em ferramenta prática, é a Ásia. Enquanto boa parte do Ocidente ainda discute regulamentações e bancos centrais fazem testes controlados, de Tóquio a Singapura as criptomoedas já estão se tornando parte da infraestrutura cotidiana. Pagamentos turísticos no XRP Ledger, corridas de stablecoins regionais e novos regimes de compliance formam um mosaico que mostra o futuro do dinheiro em tempo real.
Japão: turismo tokenizado no XRP Ledger
O Japão acaba de dar um passo ousado. A SBI Ripple Asia, braço conjunto da SBI Holdings e da americana Ripple, firmou um acordo com a agência Tobu Top Tours para criar tokens e sistemas de pagamento baseados no XRP Ledger.
A proposta é simples e poderosa. O turista poderá pagar hospedagens, refeições e experiências locais usando tokens emitidos sobre a blockchain da Ripple. A Tobu ficará responsável por atrair parceiros e desenvolver campanhas de marketing apoiadas em NFTs, transformando o turismo em uma vitrine para a adoção cripto.
Por trás disso há um dado revelador. O turismo japonês está em expansão acelerada, impulsionado pela desvalorização do iene, e o país busca novas formas de capturar valor. A SBI Ripple vê nesse cenário uma oportunidade de mostrar que o XRP Ledger pode ser mais do que uma rede de remessas: pode ser a espinha dorsal de uma economia de serviços digitais.
A iniciativa vai além do turismo. A empresa planeja expandir o uso dos tokens para projetos de revitalização econômica, campanhas culturais e até programas de auxílio em desastres naturais. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2026, um sinal de que o Japão quer transformar blockchain em política pública de base tecnológica.
Singapura: a capital asiática dos stablecoins
A poucos milhares de quilômetros dali, Singapura mantém sua posição como o grande centro financeiro da Web3 asiática. O país deu mais um passo à frente com o lançamento do OKX Pay, sistema que permite pagamentos com stablecoins via GrabPay, o popular aplicativo de transporte e entregas do sudeste asiático.
O funcionamento é direto: o usuário paga com USDC ou USDT, e o comerciante recebe em dólares de Singapura. É uma integração real entre cripto e economia doméstica.
O anúncio coincidiu com a Token2049, um dos maiores eventos do setor, reforçando a imagem de Singapura como vitrine global de experimentação responsável. O país opera sob uma regulação estável desde 2023, quando a Autoridade Monetária de Singapura criou um marco específico para stablecoins emitidos localmente, com exigência de reservas auditadas e liquidez imediata.
Enquanto Hong Kong anunciou sua própria estrutura regulatória em agosto e recebeu mais de trinta pedidos de licença, a cidade-estado já está alguns passos à frente. Seu diferencial está em transformar o compliance em vantagem competitiva, não em barreira. OKX Pay é o exemplo concreto disso.
Em paralelo, o Japão também avança nesse terreno. A stablecoin JPYC, lastreada em ienes, agora pode ser usada para quitar faturas de cartão de crédito por meio da Nudge Card, um passo simbólico na integração entre o sistema financeiro tradicional e os ativos digitais.
Índia: o guardião de um novo rigor regulatório
Se Japão e Singapura estão na vanguarda da integração, a Índia quer ser o centro do controle. O país acaba de incluir vinte e cinco exchanges estrangeiras em uma lista de plataformas não registradas que operam sem autorização local.
A medida é parte de uma estratégia de endurecimento iniciada em 2023, quando o governo estendeu sua Lei de Prevenção à Lavagem de Dinheiro ao setor de criptoativos. Agora, tanto empresas nacionais quanto estrangeiras que atendem usuários indianos precisam se registrar no órgão de inteligência financeira e adotar mecanismos de monitoramento de transações suspeitas.
Das cinquenta plataformas que se registraram, várias grandes ficaram de fora, entre elas BingX, BitMEX e Poloniex. O caso mais grave é o do grupo Huione, sediado no Camboja, acusado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos de operar esquemas internacionais de lavagem por meio de criptomoedas.
A mensagem da Índia é direta: inovação, sim, mas sob regras rígidas. O país tenta equilibrar a atração de startups com o dever de proteger milhões de novos investidores que ingressaram no mercado digital.
Coreia do Sul: ruído e desinformação no ecossistema
Nem tudo é estabilidade no mapa asiático. A maior exchange da Coreia do Sul, a Upbit, precisou desmentir rumores de que estaria lançando uma stablecoin própria em parceria com o projeto IQ. A especulação, divulgada em redes sociais e sites locais, chegou a provocar um salto temporário de preço do token, antes de ser desmentida pela empresa.
A Upbit lembrou que redes blockchain são infraestruturas abertas, e qualquer grupo pode criar projetos sobre elas sem que isso represente parceria formal. O caso expôs o outro lado da adoção acelerada: a disseminação de notícias falsas e manipulação de mercado, problemas que também atingiram Hong Kong, onde autoridades tiveram de negar o suposto licenciamento de novas stablecoins.
Um continente em diferentes velocidades
Do Japão que tokeniza o turismo à Índia que reforça barreiras de entrada, a Ásia mostra que não existe um único caminho para a adoção cripto. Cada país ajusta sua bússola conforme o equilíbrio entre inovação e segurança.
Em Singapura, stablecoins já pagam corridas e refeições. Em Tóquio, o XRP Ledger começa a servir de base para experiências turísticas e projetos culturais. Em Nova Délhi, a prioridade é coibir riscos e blindar o sistema financeiro. A Coreia do Sul, por sua vez, busca estabilidade institucional para um mercado em constante efervescência.
O que une todos é a noção de que blockchain deixou de ser um experimento e se tornou infraestrutura. Seja em pagamentos, turismo, ou regulação, a tecnologia está deixando de ser tema de conferências para virar política pública, motor econômico e, cada vez mais, ferramenta de reputação internacional.
A Ásia não está apenas adotando cripto. Está redesenhando o conceito de valor.
Aviso Legal
Este artigo é apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento financeiro. Investir em dólares ou produtos relacionados envolve riscos.
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